segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Rotina desarrumada.


Você não ligaria no dia seguinte, era domingo, fui até a cozinha lavar a louça, mas não havia louça para lavar, o combinado era jantarmos fora na noite anterior, não jantamos, ninguém se alimentou, quanto tempo desde aquela noite, parece um século, foi ontem. (...)Telefono pra minha mãe, não telefono pra você. Conto pra ela que acabamos, meu relato é muito coerente, ela lamenta mais ou menos, já ouviu eu contar essa história antes. Somos reincidentes em finais, mas agora é pra valer, quem me acredita?
Eu não me acredito, mas agora não te quero mesmo, e eu já ouvi isso antes, de você, de mim. Agora não tem mais volta — dei tantas voltas no parque, é tão ridículo caminhar pra lugar nenhum, para quem vou ficar magra e saudável? E voltei a dizer: não, mãe, acabou de verdade. E pela primeira vez naquele domingo eu fraquejei, as palavras saíram entrecortadas, eu catava as sílabas que me fugiam, e ela do outro lado da linha fingia que não doía nela também.

3 comentários:

  1. Faz um tempo que venho lendo teu blog. E tenho gostado. Mesmo alguns textos não sendo da tua autoria. Mas esse da Martha é demais.
    Nem todos os dias são ruins, nem todos são flores. Mas mesmo assim ler é confortante. As vezes nos identificamos, as vezes nem tanto. O importante é não parar de escrever, ou 'contar'.

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  2. Olá Tábata, tudo bem querida? Fico feliz que tenha gostado. Ultimamente não posto muito no blog porque as vezes dói falar de amor pra quem não quer nos ouvir. Mas eu continuo aqui, a escrever e publicar. Os textos da Eliza Parenko também são de minha autoria, fui batizada por um amigo, um irmão, e um amor e desde então assino meus textos (ou fragmentos de uns projetos de livros que encontro guardado por aqui) como Elize.
    Obrigada por visitar isso é realmente muito importante para mim.
    Um abraço apertado,
    Francielle Ravazollo.

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  3. Mesmo que, quem queiramos, não leia nossos posts, faz bem escrevê-los. Externar o que sentimos é bom, faz-nos melhorar. Sei o quão complicado é querer gritar e não ser ouvida. Então, como já havia dito, é na leitura que nos identificamos. Trechos, livros, contos, poesias. Literatura querida. Ela nos consola, nos acalma.
    Sigo o blog, por isso leio cada texto teu. E continuarei lendo-os, acredite.
    Abraços carinhosos.

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