segunda-feira, 25 de junho de 2012






Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.

sábado, 9 de junho de 2012



"Aquele ilusionista de olhos frios a deixava fascinada. Isso era incontestável; só não sabíamos direito o que era. Não sei se era por suas ideias meio malucas, ou pelos olhos penetrantes, talvez até seja por aquele jeito com o qual ele conduz as coisas. Quem sabe? 
Pensou que fosse ser cortada por dentro, tamanha era a vontade de sentir outra vez aquele cheiro de roupa limpa e o abraço confortável que cabia perfeitamente nela. "Fique calma, logo-logo ele está aqui.", tentei dizer a ela, mas quem foi que disse que aquela moça teimosa me ouviu? Nada do que dissessem ia lhe tirar da cabeça a vontade e a angústia de querer o ter por perto.
Com o coração disparado, pediu aos céus para que a angústia acabasse logo e que pudesse estar perto outra vez. Ironia, mas quem atendeu seu pedido estava de muito bom humor. Em uma noite qualquer, ouviu-se a canção melosa cantada com a voz do vento e quando a pequena olhou para o céu teve a certeza de que aquele ilusionista também estava ouvindo e desejando um dia dizer algo que a fizesse sorrir."

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Quanta insanidade!




Cantarolava baixinho com um sorriso bobo no rosto, imaginando o futuro, fantasiando o presente...
"Como é que se tira um sorriso bobo do rosto Zé? Fica assim mesmo? Com essa esperança no olhar e o pensamento voando louco por aí?"
Ria sozinha e sentia arrepios ao pensar em amor e vir o nome daquele pequeno ilustrar tal sentimento, as vezes pensava em como seria estar mais perto. Fechou os olhos e desejou ser real, quando abriu estava em outro cenário. Era um lugar conhecido, com luzes escuras e alguns bancos, tinha cortinas e ela pensou que era ali onde as pessoas se revelavam.
Ele estava bem perto e ela podia encostar os lábios em seu pescoço quente, sentia o sangue correr embaixo da pele clara e aveludada que ele tinha. Seu coração batia forte, ela queria se controlar mas tudo estava tão encaixado. Ela estava ofegante, o seu corpo começava a agir de modo involuntário, era quente, rápido... Quanta insanidade!
Olhava-o com ternura e desejo, gostava do seu modo engraçado de ver as coisas e desejava poder desbravar cada parte dele. Estava segura que ele não a olharia, então continuou a contemplá-lo com tamanho afeto que mal continha dentro dela.
Ele a olhou e por um segundo pôde perceber o quanto ela o desejava, sorriu com o que aquilo o fez sentir, ficou corado, todas as partes de seu corpo estavam acesas, como se houvessem levado um choque, elas estavam em alerta. Uma corrente de arrepio passou por sua espinha, ele estava deslumbrado com o desejo daquela pequena. O que mais poderia acontecer?
Ela abriu os olhos.
"O amor foi longe Zé, foi lá no México" - e continuou a cantarolar uma de suas canções preferidas.

terça-feira, 5 de junho de 2012





Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, na internet, nas paradas de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas platéias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. Há quem acredite que o amor é medicamento. Pelo contrário. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a idéia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: “Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu.” Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas. O Amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar. Para quem acha que isso é chantagem, arrisco-me a sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável, e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa. As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas.