quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013



Eu sinto sua falta, desde muito e muito tempo. Um tempo quase que interminável.
Ao olhar as folhas rasgadas do meu caderno percebi que todas elas tinham seu nome no cantinho e bem pequeno, com um coraçãozinho pintado à caneta vermelha. 
Também olhei aquela gaveta que eu separei pra você colocar suas camisas, ainda está disponível e esperando que alguém a ocupe. Ah, e tem aquele canto do guarda roupa que costumávamos dizer que seria seu quando morássemos juntos, lembra? Sim, ainda estão vazios.
Desde sua partida não tive a coragem de deixar ninguém ocupar o espaço que te pertence em mim. Parece meio bobo, mas não acho que alguém o fará tão bem quanto você fez.
As vezes gosto de olhar pela janela e lembrar das coisas fascinantes que dissemos e das suas risadas baixas no canto da sala toda vez que eu tentava explicar algo que não fazia sentido pra ninguém, a não ser para mim. Gosto de lembrar de quando ligávamos o som bem baixo, deixávamos todas as janelas abertas para o sol entrar e ficávamos lendo livros juntos.
Tenho andado por aí nos lugares onde passamos a maior parte dos nossos fins de semana, e ainda posso sentir o nosso cheiro invadindo o ambiente e todos olhando o nosso jeito de rir e conversar somente por olhar em publico.
Quando sentir falta disso tudo, apareça. Quem sabe não começamos tudo outra vez, ou até mesmo, continuamos de onde estava.

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013


A menina, com seu vestido estampado sentia tudo girar. Ela girava até ficar tonta. Porque ela gostava daquela tontura pra viver. Era como centenas de borboletas farfalhando dentro dela. E no bater das asas, levassem embora as memórias, as derrotas, os cansaços. Depois, a menina saía mais leve. Como se pisando estivesse num tapete florido. Um pouco mais de vento, ela saia voando. Gostoso não sei se era. Mas bonito parecia. Ver a menina daquele jeito, cabelos soltos, pés descalços, sorriso no rosto, uma estrela na testa. Como num quadro pintando a guache. Girando e vendo tudo girar. Ela e Deus. Sozinha no planeta Terra. Louca e completamente feliz.