segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eu não posso lhe pedir mais do que você pode me oferecer, Bentinho.


- Não há de ser assim – continuei. – Dizem que não estamos em idade de casar; que somos crianças, criançolas – já ouvi dizer criançolas. Bem; mas dois ou três anos passam depressa. Você jura uma coisa? Jura que só há de casar comigo?
Capitu não hesitou em jurar, e até lhe vi as faces vermelhas de prazer. Jurou duas vezes e uma terceira:
- Ainda que você se case com outra, cumprirei meu juramento, não casando nunca.
- Que eu case com outra?
- Tudo pode ser, Bentinho. Você pode achar outra moça que lhe queira, apaixonar-se por ela e casar. Quem sou eu para você lembrar-se de mim nessa ocasião?
- Mas eu também juro! Juro, Capitu, juro por Deus Nosso Senhor que só me casarei com você. Basta isto?
- Devia bastar – disse ela. – Eu não me atrevo a pedir mais. Sim, você jura… Mas juremos por outro modo; juremos que nos havemos de casar um com o outro, haja o que houver.

Juramento do Poço - Dom Casmurro

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