sábado, 11 de agosto de 2012




Ela não teve medo de voar e se entregar ao infinito desconhecido. Ninguém deveria ter, se quer mesmo saber minha opinião. O infinito é só o começo e uma hora todos temos que começar.
Teve sensação de estar livre e sentiu o vento acariciar seu corpo, olhou o mundo de cima, viu o movimento e as luzes da cidade, reconheceu alguém de um sonho ou outro que tivera. Isso a fez sorrir. Quis saber como as coisas funcionavam dali de cima, será que alguém poderia avistá-la tão alto?
"Olá" - gritou o mais alto que conseguiu, mas sua voz fora levada pelo vento.
"As coisas aqui em cima são bem diferentes, pequena garota. Aqui você pode fazer tudo, até voar. Olhe para frente, não para baixo." - assustou-se ao perceber que a voz vinha de um pássaro pousado em sua mão.
A garota olhou para frente e viu a imensidão de pessoas que, como ela, também não tiveram medo de voar. Sorriu e desejou voar mais alto, ser mais veloz. Todos ali estavam com pássaros ao seu lado, uns negros e outros coloridos. Estranhou ao perceber que no lugar havia muitas crianças e doces, todas rindo e brincando entre si.
Abriu os olhos e novamente viu-se deitada no chão de seu velho quarto, sorriu ao perceber o motivo de haver muitas crianças lá em cima.

Elize Parenko, encontrando as luzes.

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